Profetas, Testamentos/Alianças e Lei - uma reflexão

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ESPÍRITO DE PROFECIA DE ACORDO COM AP.19:10 É ELLEN WHITE?PR.JOAQUIM ANDRADE X PR. ALEXANDRE RIBEIRO


(Minhas considerações):

Que  o ETERNO nos abençoe. Concordo com o Pastor Adventista no sentido de que o dom profético possa existir, inclusive, em nossos dias, que alguém que seja comprovadamente inspirada por Deus nesta forma tenha que ser aceita, que a prova é a conformidade com a Bíblia, que Ellen G White pode, sim, ser profetiza de Deus e, sendo, precisaria ser aceita. 


No entanto, com o devido respeito (ainda frequento a igreja, inclusive), em Apocalipse 19: 9 e 10, não há afirmação no sentido de que haveria um dom profético em um momento específico do tempo do fim. O que ocorre é um intervalo na revelação: O verso 9 informa o encerramento de uma fala do anjo. O 10 diz que João iria adorar ao anjo, e o anjo diz a ele para não o fazer, pois o anjo é conservo e o testemunho que João e os irmãos possuem, o testemunho de Jesus, é o espírito de profecia. 


O anjo fala de algo geral/genérico que, podendo sim indicar o dom de profecia, não especifica um momento específico do tempo do fim. Logo, o texto não serviria de prova para mostrar que em um tempo específico Deus levantaria um(a) profeta(profetiza) específico(a), mas que, no máximo, o dom profético faz parte do testemunho de Jesus em todas as fases da ação divina com os seres humanos. Ou seja, o texto não prova que Ellen G White seja um cumprimento profético de Apocalipse 19:10, pois o verso não informa uma profecia que se cumpriria em um momento específico do empo do fim (a partir de 1798, por exemplo), e não prova que isso seria uma característica específica que diferenciaria a igreja do tempo do fim em relação às outras (ainda que possamos usar Joel para dizer que uma das características possíveis do tempo do fim seja o aumento do dom de profecias por sonhos e visões em um conjunto de pessoas). 


E quanto à guarda dos mandamentos, creio que há falhas muito grandes no cristianismo em geral por ter transformado os livros de Gênesis a Malaquias em uma espécie de livros de segunda categoria, justamente para validar suas interpretações de Mateus a Apocalipse (em especial, os livros de Paulo) para Jesus ser o cumprimento (no sentido de não mais haver necessidade de mandamentos como o Sábado, leis alimentares, etc) da lei e, tendo obedecido, não precisarmos mais obedecer a uma série de coisas. 


Ou seja, o mundo cristão, na sua maioria, também rejeita grande parte do que o próprio Deus deu a Moisés e aos profetas, para defender uma interpretação messiânica que coloca o messias como alguém contrário a boa parte do que o messias realmente deve cumprir, ao fato de que o ETERNO disse ser possível obedecer à Sua lei e as pessoas dizerem que Jesus veio e morreu mostrando ser impossível tal obediência, o fato de que não há prova bíblica alguma (de Gênesis a Malaquias) confirmando a ideia de que após o messias prometido mandamentos como o do Sábado e leis alimentares, dentre outras, se tornariam desnecessárias. 


Logo, o mundo cristão, em sua maioria quase esmagadora, para validar as falas de Paulo (ou a interpretação que se faz dele, tanto faz, neste caso), principalmente, e em especial a interpretação cristã de boa parte das igrejas, afirma que alguém que não andou com Jesus, que não foi escolhido apóstolo enquanto Jesus estava na terra, veio, afirmou ser apóstolo, disse que foi inspirado em visões para escrever que boa parte dos mandamentos preventivos (como descansar aos sábados, cuidar da alimentação, dar descanso à terra, etc) foi anulado/"cumprido", 


não apresentou prova alguma (ao considerarmos os textos do "AT" que supostamente dão validade a tais interpretações) para validar tais mudanças, e hoje as pessoas defendem que o Messias veio anular o "Velho Testamento" (que inclui anulação de tudo o que não for repetido como lei no "NT") e uma pessoa foi inspirada por Deus para anular quase tudo o que Ele próprio disse que era para ser obedecido. 


Ensinam que a Lei foi dada apenas para Israel e não valia para mais nenhum outro povo e, portanto, não valeria para o mundo cristão (com base bíblica zero, ao meu ver, quando vamos ao "AT"). 


Logo, por este mesmo critério, vemos que ao usarmos o "AT" para verificar o "NT", o "NT" só pode ser inspirado se não contradisser o "AT", mas o que deveria ser a base passa a ser apenas "pano de fundo" para validar um "Paulinismo", em que o "AT" afirma que o Messias exaltaria a Lei,  ao ETERNO...e o que se vê é um distanciamento cada vez maio do que o ETERNO disse desde o Gênesis sobre Sua vontade, Sua lei, a validade dela...


Se negam os profetas do passado para validar falas de quem sequer teria sido apóstolo (pois se chamou a si mesmo de apóstolo, se colocou como alguém que Deus teria escolhido para dizer que a circuncisão teria encerramento aos nosos servos do ETERNO e outras coisas não validadads pelo que o "AT" teria dito sobre o Messias), ou seja, ou a interpretação que fazem de Paulo está errada, ou ele mesmo está errado, e aí dizem que creem no somente a Bíblia, mas não é na Bíblia que creem (se cressem, não teriam colocado em segundo plano as Leis do ETERNO no "AT" para defender uma interpretação em que o Messias fala contra a Lei e alguém que ele só teria escolhido após a ressurreição, que não andou com Ele, que não recebeu seus ensinos em vida, teria autoridade para, sem base bíblica no "AT", dizer que Sábado, circuncisão, separação entre animais puros e impuros, etc, teriam simplesmente acabado/sido substituídos).


Criou-se a ideia de um Messias que, sabendo que a Lei e diz foi dada para a vida e benefício, ensinaria que os mandamentos eram para a morte e inspiraria após a ressurreição uma pessoa a dizer que só serve como mandamento o que for repetido após a morte do Messias (base alguma no "AT" para isso). Todo o "AT" fala da importância das obras, mas vem alguém inspirado depois falar que não é bem assim, que é graça sem obras (diferente de Tiago, que diz graça com obras: aí dizem que cada um deles enfatizou algo diferente, sendo que os dois usam o exemplo de Abraão e enfatizam coisas contrárias - um diz que Abraão é exemplo de graça sem obras, e outro diz que é exemplo de graça com obras e que fé sem obras é morta em si mesma, ou seja, que não existe salvação de graça por fé sem obras simplesmente porque não há como conceber fé sem obras). 


E quando alguém questiona: "Isso é heresia"! Isso é negar a Bíblia (ainda que seja negar a Paulo ou à interpretação que se faz dele). Enfatizam mudança de lei pela Nova Aliança, ainda que em Jeremias a fala de Deus, abertamente, não faz afirmação da Nova Aliança (ou Renovada) envolvendo mudança/anulação da Lei, mas a lei no coração, como já havia sido dito ao povo de Israel em Deuteronômio 30, como o Salmista diz ao afirmar que guardava a lei no coração para não pecar, etc. Mas diminuem o texto de Jeremias e outros para validarem a fala (ou interpretação que fazem) de Hebreus, por exemplo, que ao citar Jeremias, em que não há menção alguma sobre mudança na lei, usa o texto para falar em mudança de lei pela distinção velho/antigo - novo.


Enfim, creio que há muito a ser conversado quando se diz que o cristianismo, via de regra, realmente tem a Bíblia como regra de fé e prática: parece, no máximo, validar a interpretação (ou a própria fala) de Paulo e outras às custas da mutilação da validade dos textos do que chamam de "AT".  Mas prossigo tentando aprender a cada dia, e não enxergo validade neste tipo de teologia de substituição.


 Grande abraço.


 

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